O tratamento do cálculo renal é certamente um dos maiores exemplos da evolução e emprego da tecnologia na medicina. A doença, descrita desde a antiguidade e encontrada em múmias egípcias, teve nas últimas décadas um progresso fantástico na redução de complicações, agressividade e melhoria nos resultados.
Até o surgimento dos grandes equipamentos de fragmentação dos cálculos chamados litotripsia extracorpórea, a retirada do cálculo renal se limitava a cirurgias com grandes incisões na região lombar, com longo tempo de recuperação e dor.
A cirurgia renal percutânea marcou um novo período – os pacientes começaram a ser tratados por uma punção no rim de 1cm, fragmentação do cálculo dentro do rim e retirada com pinça. A agressividade e tempo de recuperação foram diminuídas, porém, ocasionalmente algumas complicações ocorriam, como sangramento e extravasamento de urina pelo orifício de punção.
Figura 1 – paciente tratada para cálculo renal por cirurgia convencional, com grandes cicatriz no lado direito; à esquerda cicatriz de 1cm de cirurgia percutânea
Nesse contexto surge a cirurgia renal percutânea com equipamentos miniaturizados, denominada mini percutânea. Os endoscópios mais finos agora permitem que os orifícios de punção no rim sejam cada vez menores.
O diâmetro do endoscópio é de apenas 4mm, com acesso a regiões intrarrenais bem estreitas e menor lesão. O risco de sangramento diminuiu, o extravasamento de urina e necessidade de usar sondas pelo orifício da punção são raramente observados e até crianças muito pequenas podem ser tratadas por este método.
Novos aparelhos de fragmentação do cálculo, mais rápidos e também mais finos, completaram essa técnica, que ainda está em constante evolução.
Figura 2 – cicatriz quase imperceptível de cirurgia mini percutânea em criança
Figura 3 – mini percutânea para cálculo renal volumoso – na foto da esquerda o cálculo, na foto central o equipamento já dentro do rim e à direita a imagem externa da cirurgia
Certamente nos próximos anos muitas novidades surgirão, com tratamentos até em sistema ambulatorial, onde o paciente poderá ser tratado de cálculos renais grandes com alta no mesmo dia e retorno às suas atividades muito precocemente.
Conteúdo elaborado pelo Dr. Ernesto Reggio
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