A hidrocefalia é uma doença decorrente do acúmulo anormal de líquido em determinadas regiões do cérebro e foi primeiramente identificada por Sálomon Hakim*, na Colômbia, em 1957. Esse líquido acumulado é denominado cefalorraquidiano ou líquor, de cor clara e transparente, livre de bactérias localizado no espaço entre o crânio, o cérebro e os ventrículos.
A principal função do líquido é a proteção mecânica no caso de impacto. Além disso, ele nutre e remove impurezas do tecido nervoso. Em condições normais, o líquor é produzido pela filtragem do sangue e escoado de forma constante através de um canal de drenagem. Nos casos da doença, esse caminho fica comprometido, impedindo a fluidez de maneira fisiológica. Os principais sintomas são: atraso no desenvolvimento, dor de cabeça, dificuldades cognitivas, perda de coordenação motora, incontinência urinária e alargamento da cabeça, podendo acometer adultos e crianças.
O tratamento direcionado à enfermidade baseia-se em melhorar o escoamento do líquido cefalorraquidiano para evitar o seu acúmulo no cérebro. Uma das técnicas utilizadas é a neuroendoscopia, realizada através de um dispositivo médico chamado neuroendoscópio. Este é o protagonista de todo o procedimento, permitindo a transmissão da imagem do cérebro para um monitor através de torre de vídeo. A finalidade é produzir uma nova passagem na região do terceiro ventrículo (base do crânio) de modo que o líquor consiga se dissipar.
Para que esse procedimento tenha uma alta taxa de sucesso é importante que o neuroendoscópio e os seus acessórios forneçam um bom ângulo de visão de imagem, uma boa irrigação e aspiração da região. Assim, o neurocirurgião pode se orientar de forma segura, mesmo com a presença de líquido cefalorraquidiano anormal e sangue.
Além disso, por ser considerada uma região extremamente delicada, qualquer movimentação do tecido cerebral pode levar a danos graves. Por isso, existem equipamentos que permitem a rotação do neuroendoscópio sem movimentar os outros acessórios utilizados no procedimento.
A grande vantagem desses dispositivos é a possibilidade de alocar tanto os neuroendoscópios, como instrumentais cirúrgicos sem necessidade de mais uma abertura no crânio, sendo preciso somente um canal de cerca de um centímetro em sua região frontal, tornando-se menos traumático.
Para saber mais sobre o procedimento e em quais quadros clínicos ele é indicado, procure o seu médico.
*Salomón Hakim Dow foi neurocirurgião, pesquisador e inventor colombiano. Faleceu em maio de 2011.
Edna Aparecida da Silva | 26/12/2022 às 09:19
Bom dia, gostaria de uma informação, meu neto tem 6 meses e ele tem hidrocefalia e ja fez 4 cirurgia de DVP e todas elas deu bacteria inclusive ele esta na Unicamp porque fez uma nova cirurgia. Eu gostaria de saber se a Neuroendoscopia é segura e se depois que fizer esse procedimento a cabecinha ainda tem chance de crescer ou volta o normal? Porque lá na Unicamp falaram em fazer a Neuroendoscopia na cabecinha do meu neto, só que eu gostaria de tirar essa dúvida se cresce ou não. Obrigada.
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