Posicionamento dos monitores no centro cirúrgico

Também conhecida como a Engenharia dos Fatores Humanos, a Ergonomia compreende a aplicação de tecnologia da interface homem-sistema para aumentar a segurança, conforto e eficiência do sistema e da qualidade de vida [1]. Regida pela NR-17 (norma regulamentadora nº 17 de Ergonomia do Ministério do Trabalho e Emprego, regulamentada pela Portaria Nº 3.214, de 08 de junho de 1978), muitas organizações visam seguir tais orientações para garantir o bem-estar de seus colaboradores.

Nesse âmbito, as estruturas das salas cirúrgicas podem ter grande interferência na ergonomia dos cirurgiões, principalmente com relação ao posicionamento dos monitores. Desde 1999, o tema vem sido discutido e estudado [2].

Os monitores, geralmente, são dispostos em racks ou em algum espaço existente na sala cirúrgica e, como consequência, a imagem pode estar fora da linha de visão do cirurgião, forçando-o a manter uma posturas estáticas de extensão, flexão e rotação do pescoço, conforme imagem abaixo. Alguns estudos demonstram que o mal posicionamento tem sido relacionado à sintomas de desconforto e dor na região do pescoço e das costas [2] [3].

Por esses pontos se mostra a importância da disposição dos monitores dentro da sala cirúrgica, evitando esse desconforto ao médico, que devido ao esforço repetitivo constante, pode gerar, alguma lesão e acarretar no afastamento do profissional, além de complicações da instituição com o Ministério do Trabalho.

Portanto, para evitar tais problemas, há muitas soluções de integração e roteamento de imagens para vários monitores dentro da sala cirúrgica, conforme imagem abaixo, onde mostra que todos os cirurgiões envolvidos estão com a linha de visão para os monitores, sem a necessidade de flexionar o pescoço e causar incômodo ou lesões.

Imagem: Na esquerda é possível ver uma sala sem nenhuma solução de roteamento, causando incômodo e possíveis lesões ao cirurgião. Na direita, a imagem mostra dois monitores dispostos de maneira que todos os cirurgiões envolvidos não necessitem flexionar o pescoço, trazendo maior ergonomia ao centro cirúrgico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] MORAES, Anamaria de, MONT’ALVÃO, Claudia. Ergonomia, conceitos e aplicações. Rio de janeiro: 2AB, 1998. 120p.
[2] BERGUER, R., et al. A comparison of surgeons’ posture during laparoscopic and open surgical procedures. Surgical endoscopy. Nova Iorque: Springer-Verlag, nº 11, 1997. pp.139 – 142.
[3] LOPEZ, Diniz Raimundo. Avaliação das demandas física e mental no trabalho do cirurgião em procedimentos eletivos. Porto Alegre, 2003. pp. 30.40.