A intubação endotraqueal é o procedimento pelo qual o anestesiologista introduz um tubo na traqueia do paciente, mais precisamente na rima glótica, para mantê-lo respirando quando alguma condição impede sua respiração espontânea. Para essa manobra é importante que o profissional tenha uma boa visualização das estruturas anatômicas como: epiglote, cartilagens, pregas vocais e rima glótica.
A observação dessas estruturas é possível com o uso de equipamentos específicos, como os laringoscópios, dispositivos que possuem uma lâmina capaz de se acomodar na língua do paciente, permitindo a visualização direta da glote. Os videolaringoscópios também contam com esse tipo de lâmina, viabilizando uma captação de imagem mais nítida da região por contarem com uma câmera na sua ponta distal e, também, com os endoscópios flexíveis – equipamentos tubulares que asseguram a avaliação e a orientação nas vias aéreas para a introdução do tubo endotraqueal.
A via aérea pediátrica possui certas particularidades que dificultam a visualização no momento da intubação. Os pacientes pediátricos têm uma cabeça proporcionalmente maior ao corpo e, se não acomodada corretamente no momento do procedimento, ela pode ocluir a via aérea. Além disso, a mandíbula é pequena para acomodar a língua, órgão naturalmente grande em pacientes pediátricos. As cartilagens aritenóide, cuneiforme e corniculada, são conectadas através de ligamentos e membranas. Nas crianças, essas conexões são imaturas predispondo ao colapso da região. A epiglote é mais longa e mais fechada, dificultando tanto na visualização como na introdução do tubo.
Para contornar essas diferenças anatômicas, os anestesiologistas desenvolveram técnicas que facilitam enxergar as estruturas, proporcionando a intubação endotraqueal de forma segura. Entre elas estão: o adequado posicionamento da cabeça e a utilização de dispositivos apropriados para tal procedimento como por exemplo os laringoscópios e vídeolaringoscópios.
Os vídeolaringoscópios possuem modelos de lâminas retas ou curvas, nos modelos MILLER, MACINTOSH e D-BLADE (para via aérea difícil), em diversos tamanhos, destinados para qualquer fase da pediatria. Esse dispositivo consegue posicionar melhor a língua e a glote desses pacientes permitindo uma visualização mais precisa das estruturas.
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