Quando uma Central de Material e Esterilização (CME) ou serviço de saúde definem realizar a incorporação tecnológica de um equipamento de esterilização por baixa temperatura, é muito comum nos deparamos com o cenário onde os Esterilizadores por Peróxido de Hidrogênio representam a primeira e, muitas vezes, a única opção de aquisição.
Muito embora esse tipo de equipamento possa proporcionar inúmeros benefícios às rotinas de Processamento de Produtos para a Saúde (PPS) nos serviços, é importante considerar que nem sempre pode ser a alternativa mais adequada. Além dos Esterilizadores por Peróxido de Hidrogênio, existem outros tipos de tecnologias também destinadas à esterilização por baixa temperatura e, nesse sentido, entender as características e aplicações delas antes de qualquer aquisição é fundamental, pois pode evitar um investimento incorreto ou, até mesmo, a contratação de um serviço que não atenda as demandas necessárias.
Dentre os principais métodos de baixa temperatura existentes as tecnologias mais comuns são:
Método físico-químico, sendo o gás ETO o agente esterilizante. Descoberto em 1859, inicialmente, utilizado pela indústria como agente pesticida e usado como agente esterilizante para PPS desde 1950 (EUA).
Os equipamentos trabalham com a concentrações de ETO na faixa de 450 a 1.200 mg/L, temperatura de esterilização em uma média de 37 a 63°C e tempo de exposição que pode variar de uma a seis horas.
Como principais características, considerando as vantagens e desvantagens destacadas no quadro abaixo, representa um método altamente efetivo, porém, em muitos casos, é inadequado para esterilização de materiais urgentes e/ou de arsenal restrito, já que é um tipo de serviço realizado exclusivamente por empresas terceirizadas:
VANTAGENS - ETO |
DESVANTAGENS - ETO |
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Assim como o ETO, trata-se de um método físico-químico, tendo o formaldeído como agente esterilizante. Estudado desde 1936, nos EUA, e com as primeiras aplicações práticas para esterilização de PPS entre 1975 e 1990 (ALE, DK e UK).
De 1990 até hoje, o método permanece sobre contínua melhoras na tecnologia, investigação científica e verificação de processo. O agente esterilizante costuma ser utilizado em meio líquido ou sólido.
Dentre as suas principais características, destaca-se a existência de dois tipos de equipamentos destinados à esterilização por VBTF: esterilizadores dedicados (somente VBTF) e equipamentos híbridos (câmaras que realizam esterilização tanto por vapor de alta temperatura quanto por VBTF), esse último, apesar de somar duas tecnologias, requer longos períodos de ciclo (de seis a dez horas), fato que já não ocorre nos equipamentos dedicados (de duas a três horas).
VANTAGENS - VBTF |
DESVANTAGENS - VBTF |
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Período de hidrogênio:
Também é um método físico-químico, onde o peróxido de hidrogênio é o agente esterilizante. Desde 1993, utilizado para fins de esterilização de PPS com o advento do primeiro equipamento no mercado (Sterrad – Johnson & Johnson) e passando por constantes aprimoramento de tecnologia como é o caso da 130 HPO® – esterilizador lançado em 2017 pela MATACHANA GROUP que associa a esterilização por vapor de peróxido de hidrogênio e plasma.
Assim como os equipamentos de VBTF, trata-se de dispositivos que podem ser instalados diretamente nas CMEs e serviços de saúde. Um outro ponto importante de se destacar é o fato de representarem o tipo de tecnologia de baixa temperatura que apresenta a maior variedade de perfis de ciclo e características de construção se realizado um estudo comparativo entre os principais equipamentos do mercado.
Em relação ao agente esterilizante, esses trabalham com concentrações na faixa de 50 a 59% e com tempo de ciclo que variam entre 25 e 70 minutos, esse último a depender do tipo de ciclo e das características de fabricação do equipamento.
VANTAGENS – PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO |
DESVANTAGENS – PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO |
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Como visto até aqui, os esterilizadores por métodos de VBTF e PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO possuem como característica comum o fato de poderem ser instalados diretamente na CME/serviço de saúde, o que já não ocorre no caso do ETO. Nesse sentido, uma vez considerado a incorporação de Peróxido de Hidrogênio entre esses dois tipos de tecnologia, é relevante levar em consideração os seguintes pontos de diferenciação:
Considerando o comparativo e todo o conteúdo discutido até aqui, fica a questão: Mas, afinal, como escolher o melhor método?
Para responder essa pergunta, antes de qualquer coisa, é importantíssimo ter em mente os seguintes questionamentos:
Uma vez respondida essas e outras perguntas que podem variar em função das características da CME/serviço, é preciso considerar:
Maria Valdenice Lopes dos Santos | 18/02/2023 às 14:39
A Central de Material pela sua complexidade e o grande número e tipos de materiais, leva o enfermeiro a busca contínua do conhecimento no processamento de produtos para saúde.
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