A evolução dos insufladores na laparoscopia

Cirurgia Geral, Videocirurgia
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A evolução dos insufladores

Considerada uma das maiores evoluções tecnológicas da medicina, a laparoscopia é uma técnica minimamente invasiva que utiliza um sistema de imagens (câmera, processadora, fonte de luz e ótica) e instrumentais introduzidos na cavidade abdominal através de pequenas incisões para exploração de diferentes órgãos e tecidos. A utilização desta tecnologia permite menor morbidade, proporcionando redução na dor e nas complicações pós-operatórias e retorno mais rápido do paciente às atividades habituais.

O início da técnica envolve o final do século XIX, quando através da insuflação de ar atmosférico no interior do abdômen, criou-se o pneumoperitônio, responsável pela manutenção do espaço preconizado para ampliação dos movimentos dos instrumentais no interior da cavidade. Contudo, o emprego de dióxido de carbono (CO²) para a técnica permitiu maior segurança para os procedimentos, devido às suas características: gás transparente, não comburente, de fácil acesso, baixo custo e altamente solúvel em água, reduzindo o risco de embolia gasosa. Além disto, o CO² é naturalmente eliminado pelos pulmões durante a respiração.

Como os insufladores funcionam

Os equipamentos de insuflação têm como principal função estabelecer e manter controladamente o pneumoperitônio, garantindo distensão abdominal contínua necessária para abordagem laparoscópica abdominal. Os primeiros insufladores foram desenvolvidos nos anos 60, quando Kurt Semm criou um equipamento para insuflação automática e um dispositivo capaz de monitorar a pressão intra-abdominal, reduzindo os perigos associados a este procedimento. 

O insuflador atual controla a monitorização da pressão intra-abdominal e a administração de CO2, com saída de gás a uma taxa de fluxo variável, de forma a manter a pressão abdominal constante e a compensar a perda de gás. O equipamento permite ainda controlar a quantidade de gás utilizada e o volume de gás residual. As últimas gerações de insufladores têm sistemas de aquecimento de gás, de forma a impedir o embaçamento do endoscópio e auxiliar na manutenção da temperatura corporal. Ao longo dos anos, os insufladores foram se modernizando, com o surgimento de aparelhos eletrônicos com alto controle de níveis pressóricos, fluxo, volume e reposição de gás cada vez mais eficiente, permitindo o desenvolvimento de técnicas mais avançadas em laparoscopia.

Fonte:
LEMOS, S. L. S. et al. Efeitos do pneumoperitônio com ar e CO² na hemogasometria de suínos. Acta Cirurgica Brasileira, v.18 (5), 2003.
PRISCO, R. Instrumental Laparoscópico. Acta Urologica, p.11-20, out. 2002.
TONETO, M.G. et al. Das grandes incisões cirúrgicas à colecistectomia laparoscópica: uma reflexão sobre o impacto de novas tecnologias. Porto Alegre: Scientia Medica, v.17, n.1, p.31-35, jan./mar. 2007.

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