Nas publicações anteriores, falamos sobre os benefícios da Cirurgia Guiada por Fluorescência em vários procedimentos, principalmente, no tratamento do câncer. Na ocasião, apenas a cirurgia minimamente invasiva foi citada. Mas, e se tivermos uma solução para cirurgia aberta e para um procedimento extremamente complexo como a mastectomia (abordagem radical na mama)?
Essa opção é possível com a utilização de um endoscópio com características especiais, chamado exoscópio, que faz a observação do sítio cirúrgico aberto de forma similar a um microscópio, inclusive, criando um efeito de ampliação de imagem.
O exoscópio é fixado à mesa cirúrgica por meio de um suporte articulado. Tal superfície pode ter a altura ajustada conforme a necessidade e as particularidades do campo cirúrgico, o que possibilita uma ampliação de imagem de até 25 vezes.
Com relação à aplicação, o exoscópio vem dotado de possibilidade de identificar o contraste de Indocianina Verde (ICG) quando há uso da iluminação próxima de infravermelho no procedimento.
Sendo assim, quando desejarmos verificar perfusões (contraste de fixar à proteína do plasma sanguíneo) ou linfonodos sentinela e circulação linfática, injetamos o contraste no local desejado e focalizamos o exoscópio para que ele visualize a fluorescência.
Na cirurgia de mama é recomendável que se faça a linfadenectomia, ou seja, a retirada dos linfonodos que se vinculam ao tumor existente de forma concisa, pois, em uma eventual falha desse procedimento, o paciente corre o risco de ser acometido por uma complicação chamada seroma, que pode aumentar a morbidade no pós-operatório e ampliar os custos envolvidos no tratamento.
Dessa forma, para a realização da Linfadenectomia Axilar, injeta-se o contraste de ICG peritumoral, ou seja, na estrutura da doença. Através do uso do exoscópio, conectado à câmera dedicada à fluorescência e com a iluminação próxima de infravermelho, é possível visualizar a drenagem linfática, bem como todos os linfonodos agregados ao tumor.
Com isso sob visão, o cirurgião consegue dirigir a sua cirurgia retirando esses linfonodos, diminuindo o risco da formação dos seromas. A recuperação desse paciente será bem menos complicada em uma cirurgia que, naturalmente, já é reconhecida pela sua complexidade
Monik | 20/01/2023 às 18:56
Retirei dois linfonodos sentinela, cirurgia de quadrante. Não foi comprometido (benigno). Agora deu recidiva local na mama.terei q fazer a mastectomia! Precisa retirar mais linfonodos?
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